segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Serra Pelada foi o maior garimpo a céu aberto nos anos 80


Região do sul do Pará recebeu mais de 100 mil mineradores, que extraíram mais de 42 toneladas de ouro em uma década

A mineração em Serra Pelada, no sul do Pará, começou no início da década de 80. Com promessas de enriquecimento fácil por meio da extração de ouro, a área foi invadida por milhares de pessoas e rapidamente o local se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo.
O garimpo teve seu auge em 1983. Só naquele ano foram retiradas 14 toneladas de ouro do local, segundo registros oficiais. Na época, 100 mil homens escavavam a cratera aberta à mão no sudeste do Pará para "bamburrar" – ou enriquecer, na gíria dos garimpeiros.





O "formigueiro humano": na década de 1980, auge de Serra Pelada, mais de 100 mil homens trabalharam para retirar 42 toneladas da mina.
Existem muitas lendas em torno da descoberta do ouro em Serra Pelada. A mais aceita diz que um homem chamado Genésio Ferreira da Silva, antigo dono das terras da região, teria encontrado ouro ao cavar um buraco para fazer uma cerca no final da década de 70. A notícia se espalhou com a velocidade de um raio e em pouco tempo milhares de homens chegariam a Serra Pelada em busca de ouro.
Para tentar organizar o caos, o governo federal enviou para a região um coronel que havia combatido a guerrilha do Araguaia. Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como coronel Curió, encontrou mais de 40 mil homens garimpando quando chegou ao local. "Para controlar a situação, proibi a entrada de mulheres, bebidas alcoólicas e o uso ostensivo de armas", diz Curió .

O apelido do coronel Curió foi usado para dar nome à cidade de Curionópolis, que surgiu na região da Serra Pelada no início da mineração. Como crianças, mulheres e bebidas eram proibidos no garimpo, eles ficaram no caminho e acabaram dando origem à cidade, que atualmente tem cerca de 17 mil habitantes.
Após o auge na década de 80, a produção em Serra Pelada declinou e menos de 250 quilos de ouro foram extraídos em 1990. Em 1992, a mina foi desativada oficialmente com um decreto do ex-presidente Fernando Collor. O buraco que se formou com a exploração tem o formato de um feijão, 180 metros de profundidade e está cheio de água desde que o garimpo foi fechado.

 

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