sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Vida e obra de Geraldo Vandré

Geraldo Vandré _ Geraldo Pedrosa de Araujo Dias, 12-9-1935 (João Pessoa, Paraíba). Na adolescência participou de pequenos shows e bailes, mudou-se para o Rio de Janeiro para tentar carreira de cantor, chegando a se apresentar com o pseudônimo de Carlos Dias para cantar a música de um jovem autor num Festival de Estudante (Carlos Lira, então com 15 anos). Cantou em programas de calouros, entrou no Direito onde fez música com o mesmo Carlos Lira, participou do Centro Popular de Cultura e gravou a primeira música da parceria em 1961, Quem quiser encontrar o amor. Em 1962 gravou outra música com o parceiro, Aruanda e passou a se interessar mais pela composição. Foi assumindo mais a carreira como compositor e gravou o primeiro LP em 1964, destacando-se a composição Fica mal com Deus. Cantou a música de Chico Buarque, Sonho de um Carnaval no I Festival de Música Popular Brasileira da TV Record de São Paulo, gravou novo LP (Hora de Lutar) e fez a trilha sonora do filme A hora e a vez de Augusto Matraga (direção de Roberto Santos). Em 1966 fez sucesso com Pequeno concerto que virou canção, venceu o Festival Nacional da Música Popular da TV Excelsior com Porta-estandarte (parceria com Fernando Lona), venceu também o II FMPB da TV Record com Disparada (com Téo de Barros, apresentada por Jair Rodrigues), empatando com A Banda de Chico Buarque e foi 2o. colocado no I FIC (Festival Internacional da Canção) da TV Rio com O cavaleiro, em parceria com Tuca, cantora que já havia defendido a música Porta-estandarte em dupla com Airto Moreira. Em 1968, no II FIC, causou polêmica nacional o 2o. lugar que tirou com Caminhando (ou Prá não dizer que não falei das flores). Era a música preferida do público, a letra conclamava a inquietude com o regime militar que se tornava mais rígido e o primeiro lugar foi dado a Sabiá (de Chico Buarque e Tom Jobim), ao que consta,por pressão dos militares. Sabiá foi vaiada durante toda a apresentação pelo público que lotava o estádio do Maracanazinho. A música se transformou num Hino dos estudantes inconformados com o regime nos anos que se seguiram. Com o fechamento do Congresso em 1968 foi preso e exilou-se no Chile e seguiu para a Europa. Suas músicas e apresentações para televisão foram proibidas no Brasil, tendo realizado um show no Paraguai, na fronteira com o Brasil apenas em 1982. Dentre outras obras detacam-se Ladainha (1965), Canção Nordestina (1966), João e Maria (1967, com Hilton Accyoli), Arueira (1967), Rancho da rosa encarnada (1967, com Gilberto Gil e Torquato Neto).
Disparada, cantada no Festival da Record de 1966 por Jair Rodrigues

Nessa música podemos observar o tempo em que a ditadura militar prendia, torturava, perseguia e matava. Essa música faz referência a censura sofrida por todos naquela época!

Nenhum comentário:

Postar um comentário